sábado, 27 de fevereiro de 2010

Anápolis nossa terra

Minha infância com meus irmãos Henrique e Romualdo foi simples, como família de classe média baixa, residente em cidade pequena, sem áreas de lazer ou atrações de entretenimento. Passamos grande parte de nossa meninice morando na Avenida Mato Grosso, no Bairro Jundiaí, em Anápolis.

Jogávamos futebol de rua, biloca com bolinhas de gude, empinávamos papagaio, fazíamos roda de pião e outras brincadeiras de então. A mais emocionante e radical para a época era entrar dentro de um grande pneu e ser empurrado, rodando pela rua afora. Muitos acidentes aconteceram ladeira abaixo com o pneu desgovernado, sem nenhum controle e em alta velocidade.

À época, a via mais movimentada da região era a Rua dos Carreiros. Carroças, carros de boi e cavalos, meios de transporte da época, faziam dessa rua uma via movimentada com o trânsito daqueles que moravam em fazendas ou em municípios da estrada de ferro.

Para ajudar na renda familiar, coletávamos esterco bovino e eqüino de animais que eram criados soltos na imensidão do pasto natural, entre a Avenida Mato Grosso até o Aeroporto Municipal, onde hoje estão os Bairros Jundiaí, JK, Jardim América e outros daquela região. O esterco recolhido era vendido aos frades franciscanos, recém chegados a Anápolis, que construíam o Convento ao lado da antiga capela de Santana e ajardinavam a área.

Posteriormente, em 1951, fomos trabalhar em banca no Mercado Municipal, na comercialização de legumes, mudando em seguida para um pequeno armazém no mesmo mercado, para venda de secos e molhados. Henrique conseguiu vaga de contínuo no GOIASBANC e eu passei a trabalhar como eletricista de autos, transformadores e motores, ao lado de Geraldo Siqueira, o proprietário da oficina e os colegas José Ramos, Modesto Marçal e Moacir Tavares Canto, que no final dos anos 60 foi eleito prefeito do Município de Nova Veneza.

A partir de 1959 passei a militar na crônica esportiva como narrador de futebol pela rádio Carajá de Anápolis, ao lado de Antonio Afonso de Almeida, Habib Issa, Geraldo Soares e outros importantes nomes da crônica esportiva do estado.

Por indicação do jornalista Moacir Junqueira, tornei-me correspondente do jornal Folha de Goiás, sucursal de Anápolis.

Henrique trabalhou como bancário até concluir o segundo grau no Colégio São Francisco de Assis, dando continuidade aos estudos em Belo Horizonte, onde se formou em medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, em 1963.

Romualdo, que trabalhava como radialista e jornalista, formou-se em Direito na Universidade Federal de Goiás e auxiliou nosso pai nas atividades comerciais.

Cursei o segundo grau no Colégio Estadual José Ludovico de Almeida e fiz parte da primeira turma da Faculdade de Direito de Anápolis, contudo não terminei meus estudos universitários.

Viemos de Ribeirão Preto em criança, mas nossa ligação com Anápolis fez desta cidade a nossa terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário