quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Desrespeito e Ingratidão

Deve ser tática de marqueteiros, mas as constantes agressões de Iris Rezende Machado a Henrique Santillo, usadas para obtenção de prestígio e votos, não tem dado certo. Os eleitores antigos que apoiavam o MDB têm verdadeira adoração pelo político anapolino. Se orgulham até hoje da forma destemida que combatia a ditadura. Foi referência nacional da resistência democrática exercida pelos autênticos do MDB. Os que já o conheceram como governador da mesma forma se orgulham da sua luta, enfrentando com altivez e competência o maior acidente radioativo ocorrido em território brasileiro. O acidente com o Césio 137, em Goiânia, em 1987. Enquanto alguns políticos goianos fugiram do Estado, abandonando a população goianiense, Henrique Santillo enfrentou a catástrofe brava e heroicamente. Enquanto os congressistas em Brasília, discutiam interminavelmente para onde deveria ser levado lixo atômico espalhado pelas ruas de Goiânia, Henrique Santillo determinava sua retirada de madrugada, para o depósito provisório em Abadia de Goiás. Até hoje, depois de 23 anos do acidente, o Congresso Nacional não encerrou a discussão. Não há lei regulamentando a matéria e os rejeitos radioativos continuam no depósito provisório. Na defesa dos goianos discriminados, Henrique Santillo procurou a grande imprensa nacional, protestando contra o crime que estava praticando contra Goiás. Revista Isto É, com sua manchete de capa: Goiânia Nunca Mais! Por baixo um homem ardendo em chamas radioativas, foi exemplo dessa discriminação. Foi duro na resposta à apresentadora Hebe Camargo, que se atrevia a discutir assunto desconhecido até mesmo pela comunidade científica. Henrique Santillo, tão envolvido na solução da catástrofe em Goiânia, não teve tempo para comemorar a realização da etapa do campeonato mundial de motociclismo que aconteceu na mesma época, em Goiânia. Pelo seu excelente conhecimento cultural e comprometimento com os avanços sociais, é o mais querido e admirado político goiano, pela juventude. Agredir um cidadão ético e responsável como foi Henrique Santillo, denigre o detrator e empobrece seu currículo.

Anápolis é um capítulo a parte. Desde a primeira vitória de Marconi ao governo estadual, em 1998, os anapolinos se sentiram atingidos pelas agressões a Henrique Santillo, aplicando a Iris Rezende derrotas cada vez maiores. Grande parte do prestígio de Marconi Perillo no munícipio se deve à sua lealdade a Henrique Santillo. A rejeição que os anapolinos nutrem por Iris Rezendetem tem sido pela forma descortês que tem tratado Henrique Santillo.

No domingo quando ia votar no Colégio Antesina Santana, fui abordado por Divino Eurípedes Batista, antigo companheiro de MDB, indignado com os ataques gratuitos a Henrique Santillo, no último debate com Marconi Perillo, na TV Anhanguera. Depois de lamentar as agressões de Iris, de quem já foi eleitor, acrescentou:

"Quando Iris foi cassado como prefeito de Goiânia, em 1969 e teve seus direitos políticos suspensos por 10 anos, todos nós choramos e lamentamos pelo ostracismo em que foi colocado compulsoriamente pela ditadura de 1964. Iris ficou até 1980 cuidando da advocacia e seus bens pessoais. Não militava ou participava de atividades políticas. Foram vocês do MDB, comandados por Henrique Santillo, que combateram a ditadura e organizavam o partido pelo Estado inteiro. Venceram o pessimismo dos que queriam o fim do MDB em 1974. Deram a volta por cima elegendo pela primeira vez no período ditatorial a eleição para o Senado, com Lázaro Barbosa. Henrique Santillo desde 1974 era o candidato natural da oposição ao governo do Estado. Em 1978, com o "pacote de abril" de 1977, mais uma vez tiraram de Santillo o direito de disputar o governo. Eliminaram ainda uma das vagas ao Senado que foi preenchida por senador sem voto, senador biônico. Henrique Santillo e Juarez Bernardes foram candidatos em sublegendas pelo MDB, enfrentando os arenistas Osires Teixeira, Jarmund Nasser e Jonas Duarte. O MDB venceu e Henrique eleito por ter sido o mais votado. A partir daquele instante não tínhamos mais nenhuma dúvida que o MDB venceria qualquer eleição majoritária em Goiás e que Henrique Santillo era a maior liderança política do Estado. Como nunca se preocupou em ser coronel e dono de partido, quando Henrique Santillo acordou, tinha a liderança e os votos, mas Iris Rezende Machado controlava o diretório estadual do PMDB. Henrique Santillo humildimente, para não estragar as pretensões de Iris desistiu da sua candidatura. Henrique poderia, se quisesse, ser candidato pelo PT. Como não queria fazer concessão à Arena, apoiou Iris, adiando por mais quatro anos seu projeto ao governo. Entregou para Iris partido imbatível em Goiás. Partido que vocês e os companheiros construíram durante os 10 anos em que Iris esteve afastado por força do arbítrio. Agredir Henrique Santillo é agredir quem lhe construiu a casa para voltar a militar seguro na política. Agredir sua memória? É desrespeito! É ingratidão!"

Abraçou-me e foi embora.

Um comentário:

  1. Prezado amigo Adhemar, a memória do cidadão Henrique Santillo deverá sempre ser prezervada pelo que fez pelo nosso Estado! Eu, de uma maneira bastante particular, defenderei eternamente esse senhor por tudo que fez por mim, pela minha vida. Se hoje estou aqui, devo à Deus, em primeiro lugar, e depois ao Henrique Santillo, que não mediu esforços para me salvar, em nome da amizade que tinha com minha familia, e também pela seriedade em cumprir com a~missão de médico. Mais uma vez, aonde quer que esteja agora, agradeço à ele por isso.

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