segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Anápolis, a cidade de todos desde o seu surgimento!


A cada dia que passa, mais aumenta minha admiração pelo saudoso e inesquecível Moisés Santana. Sei que o jornalista teve com cada cidade onde morou e trabalhou uma história de respeito, interação e amor.  Percebe-se isso claramente nos nomes dos seus filhos. Por onde passou, sempre que possível, deu ao filho nome que fizesse lembrar a terra em que nasceu. Em Anápolis não foi diferente. A primeira escola pública municipal, a mais antiga da cidade, leva o nome da sua filha aqui nascida: Antesina Santana. Foi a forma de homenagear a terra das Antas,  local onde ela nascera. O mesmo comportamento adotou quando residiu noutras cidades. Mas seu pensamento e coração não se desligaram de Santana das Antas. Lugar em que foi bem recebido e admirado. Mesmo em Uberaba, onde encontrou a morte de forma trágica, perpetrada por ato tresloucado de um presidente da Câmara Municipal, muito mais atirador que legislador, Moisés Santana realçava em prosa e versos seu acendrado apego e amor à sua inesquecível Anápolis.

Longe do convívio direto com o povo da terra de Zeca Batista e Gomes de Souza Ramos, nunca se esqueceu da conversa que tivera com o deputado Abílio Wolnei, natural de Dianópolis, no nordeste goiano, quando passando por Anápolis lhe sugeriu, para que defendesse, ao município que estava  surgindo, o nome Anápolis.

Para Abílio Wolnei, a criação da Vila de Santana, próxima ao Córrego das Antas, onde foi construída  capela em homenagem à Santa, era a maior credencial para que o novo município se chamasse Anápolis. Cidade de Ana! A história da mula, integrante da tropa comandada por dona Ana, que empacou na atual Praça Santana, não era apenas uma ideia. Um desejo!  Mas sim realidade. Uma das bruacas carregadas pela mula empacadora continha imagem de Santana. A mula só se levantou quando a imagem foi descoberta. Elucidado o segredo, o que para alguns um verdadeiro milagre, os tropeiros interpretaram o acontecimento como a vontade Divina para que ali nascesse um núcleo habitacional urbano. Mesmo distante, lá em Uberaba-MG, Moisés Santana, lembrando-se da sugestão recebida, publicou numa das edições do Jornal da Lavoura daquela cidade, pela primeira vez, o nome Anápolis, para aquela que seria a mais importante cidade do interior goiano.

O trato cortês e fino do povo anapolino contagia não só os indivíduos como sensibiliza e cativa empresários. O maior exemplo disso pudemos sentir com o entusiasmo que a diretoria da indústria têxtil Hering fala sobre a cidade. Depois de 120 anos produzindo em Blumenau-SC, a Hering expandiu sua área de produção para Anápolis. Hoje, com poucos anos de atividade em Goiás, a empresa catarinense produz quase 50% da sua produção aqui. São 900 trabalhadores diretos. Dezenas de facções em Anápolis trabalhando em tempo integral para a empresa. Facções em dezenas de cidades goianas, produzindo emprego e desenvolvimento municipal. Deve inaugurar em Anápolis sua 3ª unidade de produção, próximo ao campus da UEG, às margens da BR-060. O carinho, amizade e respeito do povo, aliados ao capricho e valor profissional do trabalhador anapolino, sensibilizaram para sempre os empresários catarinenses. Hoje pode-se dizer, sem medo de errar, que a Hering de Anápolis, apesar de ser a caçula, é tão importante quanto sua  matriz em Blumenau.

Anápolis também já teve muito destaque e participação política. Do município saíram dezenas de deputados estaduais e federais. Vários senadores. Alguns vice-governadores. Jonas Duarte, Onofre Quinan e Henrique Santillo foram anapolinos que governaram Goiás. Mas foi no período ditatorial de 1964/1985 que Anápolis mostrou sua vocação democrática e amor à liberdade. Foi a trincheira avançada da resistência à ditadura em Goiás. Mesmo com os infindáveis atos de autoritarismo e casuísmos postos em prática pelos ditadores, em Anápolis, a Arena, partido oficial do governo, foi ininterruptamente derrotada de forma contundente pelo MDB. Se dependesse só do povo anapolino, a ditadura morreria logo no seu nascedouro. Os democratas brasileiros são eternamente gratos ao povo anapolino e aos seus líderes pela firmeza  que combateram a ditadura militar.

Como em qualquer outro município, em Anápolis acontecem fatos desagradáveis e desgastantes. As operações Monte Carlo e La Plata são exemplos dessas anomalias. A primeira, como se sabe, tinha seu núcleo de comando baseado no município. A segunda se transformou em enorme escândalo envolvendo agentes públicos municipais. São vereadores, destacados funcionários públicos municipais, denunciados como participantes  do maior propinoduto já ocorrido em Anápolis. Descoberto pelo Ministério Público do Estado a partir da apreciação e votação pela Câmara Municipal da  Lei Complementar nº 264, sancionada pelo prefeito municipal. Lei que fatiou o município, mutilando seu Plano Diretor.

Enquanto episódios como esses denigrem, ofuscam a imagem de gente séria e respeitada dos anapolinos nacionalmente, novos acontecimentos positivos realçam a capacidade de superação da sua gente,  como esse do momento, em que o Colégio Militar Dr. Cezar Toledo classificou-se em primeiro lugar dentre todos colégios públicos estaduais, nas provas do Ideb, do Ministério da Educação.

Com fatos como os aqui relatados e milhares de outros idênticos ou semelhantes, Anápolis tem sido exemplo de superação e a cidade de todos!

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